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Um punhado de belas canções e uma invejável capacidade de cativar o público de imediato:
foram estes ingredientes que garantiram ao Apanhador Só prestígio e destaque na fértil cena musical brasileira,
desde 2006, quando surgiu com o EP Embrulho Pra Levar.
Com versos filosóficos e música de espírito aventureiro, o disco do quarteto de Porto Alegre, formado por Alexandre Kumpinski (voz e guitarra), Felipe Zancanaro (guitarra e percussão), Fernão Agra (baixo) e André Zinelli (bateria), conquistou admiradores fiéis em shows pelos principais palcos do país.
O segredo do sucesso do grupo está no talento para compor canções que remetem a uma ancestralidade pop de assimilação imediata, ao mesmo tempo em que desafia ouvintes atentos a desvendar novas camadas sonoras e líricas a cada audição. Foi esse equilíbrio entre o popular e o experimental que rendeu ao Apanhador Só tanto reconhecimento, antes mesmo de seu primeiro álbum homônimo sair em 2010 e ir direto para as listas de melhores daquele ano.
Consagrado pop
Com o lançamento do primeiro disco cheio, choveram elogios nas principais publicações culturais brasileiras destacando a destreza dos gaúchos para fundir suas referências, da MPB ao rock experimental, com o charme da percussão sucateira e poesias bem escritas e cantadas. Tudo isso numa embalagem impecável: cada música ganhou uma ilustração do cartunista Fabiano Gummo e caligrafia próprias no encarte do disco – inestimável presente para os que, em plena revolução digital, esgotaram a bolachinha nos concorridos shows de lançamento.
O refinamento pop de seu debut colocou, definitivamente, o grupo na linha de frente da nova música brasileira, com direito a indicação na categoria Aposta MTV do Video Music Brasil (VMB) 2010 e consagração no Prêmio Açorianos de Música, de onde o Apanhador Só saiu laureado por Melhor Álbum Pop, Melhor Produtor Musical (Marcelo Fruet) e Melhor Projeto Gráfico (Rafael Rocha).
Também disponível gratuitamente em seu site, Apanhador Só atingiu a impressionante marca de mais de mais de 100 mil downloads em um ano – número que triplicou nos anos seguintes. A marca se converte em coro durante as apresentações, em especial em “Um Rei e o Zé” – cujo clipe, uma adorável e divertida partida de taco-bola produzida com esmero pela produtora Sofá Verde Filmes, é presença constante na programação da MTV e levou a banda a ser indicada ao VMB 2011 como Revelação do Ano.
Perto do público
Ainda colhendo os louros de sua estreia, o Apanhador Só decidiu, em 2011, reinventar seus recentes clássicos e trouxe a público um novo trabalho. Gravado na sala da casa de Alexandre, usando gaiola, sacos plásticos, ralador de queijo, cantil de escoteiro, talheres, pedaços de conduíte, walkie-talkie, objetos eletrônicos e instrumentos lo-fi, o disco Acústico-Sucateiro evidenciou a capacidade de experimentar e inovar do quarteto. Além de disponibilizado para download gratuito, o material – que conta, ainda, com a inédita “Na Ponta dos Pés” – saiu em fita cassete.
Novamente, com projeto gráfico ousado desenvolvido por Felipe Oliveira e ilustrado pelo cartunista Diego Gerlach, o trabalho incentiva a audiência a reciclar ideias e materiais – no encarte, a banda convida os fãs a também lançarem mão de objetos do dia-a-dia para criar arte e, nas apresentações, propõe que o público leve fitas cassetes (novas ou usadas) para serem trocadas por cópias do Acústico-Sucateiro.
A iniciativa abriu possibilidades para a banda, que passou a realizar intervenções em lugares públicos das cidades que visita em turnê, como praças, parques, estações de metrô, galerias e pequenos teatros históricos, numa eficiente estratégia de ocupação e revalorização de espaços urbanos.
Acústico-Sucateiro ainda levou o Apanhador Só de volta ao Prêmio Açorianos de Música. Com a obra, o grupo concorreu a Melhor Compositor (Alexandre Kumpinski), Melhor Intérprete (idem), Melhor Instrumentista (Felipe Zancanaro) e Melhor Projeto Gráfico na edição 2012 do evento.
O hit
Prolífico, em abril de 2012 o quarteto apresentou novo clipe, "Nescafé", com direção de Bruno Carboni e produção da Tokyo Filmes. O vídeo, que combina fotografia surpreendente e elenco de jovens artistas locais – entre eles, o cantor e compositor Ian Ramil –, foi lançado em shows concorridos em São Paulo, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.
Vale dizer que "Nescafé", a música, apareceu em muitas listas de melhores composições brasileiras de 2010, foi regravada pelo cantor Filipe Catto no CD Fôlego (Universal Music, 2011) e ganhou vaga no repertório de recente show do lendário bardo Vitor Ramil.
Experimentar para evoluir
Em junho deste ano, o Apanhador Só precedeu o lançamento do segundo álbum com um vinil de sete polegadas: Paraquedas. Produzido pelo consagrado multi-instrumentista paulistano Curumin e o baixista Zé Nigro, e mixado por Gustavo Lenza (que traz no currículo artistas como Céu e Nação Zumbi), o compacto tem selo da mineira Vinyl Land Records, distribuição no Brasil e na Inglaterra e traz "Paraquedas" (lado A) e "Salão de Festas" (lado B).
Disponível para download gratuito no apanhadorso.com, como é de costume, Paraquedas evidencia a verve experimental do grupo, por meio de ritmos, timbres e texturas ainda mais curiosos, e letras que pregam a imensidão de ser livre.
O segundo disco cheio do Apanhador Só será gravado até o fim deste ano e tem previsão de lançamento para o verão de 2013.