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Mergulhar no universo da Literatura pode ser algo natural ou uma imposição. Essas foram duas experiências contadas de maneira divertida no primeiro encontro do Zoom Cultural, iniciativa do Sesi Paraná, com produção do Jornal Rascunho, que reuniu os artistas e poetas Luiz Felipe Leprevost e Alexandre Nero, no mês de maio, em Curitiba. Em um bate-papo bem descontraído sobre o contato dos artistas com os livros, conduzido pelo jornalista Omar Godoy, ambos puderam contar para a receptiva plateia de jovens de que forma os livros interferiram nas suas vidas e também mostrar um pouco do trabalho realizado. Alexandre Nero foi o primeiro a abrir o jogo e confessou que não era muito chegado aos livros na infância. Ele gostava mesmo dos quadrinhos de Maurício de Sousa e não entendia o motivo da obrigatoriedade de ler na época da escola. Depois de uma rápida passagem por Paulo Coelho - autor que hoje não mais o atrai, foi na adolescência que leu o primeiro livro que realmente se identificou: "O Analista de Bagé", de Luiz Fernando Veríssimo. "O humor era o que mais me marcava e me divertia. Eu conseguia visualizar as personagens e me divertir com esse humor refinado", conta Nero.
Já com Luiz Felipe Leprevost a aproximação com os livros foi natural. Seu avô mantinha uma grande biblioteca em casa e o hábito da leitura. Na escola, era também em uma biblioteca que Luiz sempre se refugiava, curtindo também as anuais Feiras do Livro.
Já no Ensino Médio, Luiz deparou-se com um livro de sonetos de Vinícius
de Moraes e foi amor à primeira vista. Depois deste livro ele nunca mais foi o mesmo, considerando este autor uma grande
inspiração para sua vida esua obra. Os dois inícios distintos levaram os dois artistas
a várias
descobertas proporcionadas pela leitura. Nero é motivado pela diversão e também pelos autores provocativos,
mas passa longe dos clássicos. Leprevost teve tentativas frustradasde obras clássicas, como a "Odisséia",
de Ulisses, mas entende a leitura como um processo denegociação. Hoje, na vida de Alexandre Nero, os livros
são fonte de referência - não a única - para suas letras,músicas e personagens.
Luiz Felipe é um leitor voraz e tem em sua cabeceira vários títulos ao mesmo tempo. Em meio à produção de textospara teatro, poesias e canções, ele conserva o hábito de emprestar livros, considerando que "o conhecimento não é para ser guardado e retido,deve ser compartilhado".