Quatro exilados de uma sociedade. Aprisionados, se divertem e “matam” o tempo reproduzindo o mundo lá
fora, ameaçados de nunca mais ver o Sol. A luz se nega a surgir no horizonte. Neste ambiente, as crônicas ganham
vida.
Uma narrativa onde os atores estão mergulhados num jogo teatral, construindo dialeticamente a nossa fábula
contemporânea. Crônicas para uma cidade ou um amanhecer abortado é um trabalho que surge a partir do Projeto
Matéi Visniec, um processo de pesquisa na obra do dramaturgo franco-romeno, com a Multifoco Companhia de Teatro. Crônicas
para uma cidade ou um amanhecer abortado é um jogo de atores, um espaço nu potencializando as relações,
criando imagens líricas pelas palavras e pelos recursos manipulados pelo elenco. Um jogo de gato e rato, bufão
e rei, uma situação vivida em capítulos, experienciados como crônicas, que resgatam a função
dialética do teatro. É um trabalho que fala sobre os integrantes da companhia, sobre as grandes metrópoles,
sobre nosso modo de vida contemporâneo e de que maneira nos posicionamos diante disso.
Crônicas... Surge
na tentativa de abordar assuntos que não podem ser esquecidos: o totalitarismo, o poder das mídias, o fanatismo,
a humanidade em tempos ligeiros, a esperança em tempos sombrios, tudo isso muito presente na obra de Matéi Visniec,
que serve de pré-texto base para a construção de nossa própria dramaturgia em diálogo com
nossas inquietações.
O espetáculo é concebido para ser autônomo e livre do aprisionamento
no palco em caixa preta, abrindo as possibilidades para sua realização em espaços alternativos. Essa
autonomia é reforçada pelo uso de iluminação própria, manipulada e operada pelos atores
em cena, que também compõem a arquitetura espacial. Essa opção torna a realização
do espetáculo autossuficiente - uma vez que prescinde de técnicos de luz e de som para sua realização
- e apto a qualquer espaço, potencializando seu discurso e sua relação de proximidade com o público.
Crônicas para uma cidade ou um amanhecer abortado estreou no dia 25 de Setembro de 2015 no Sesc - São João
de Meriti na baixada fluminense, do estado do Rio de Janeiro. Em maio de 2016, cumpriu sua primeira temporada, na cidade do
Rio de Janeiro, na Sede das Cias, importante local de incentivo, valorização e disseminação do
teatro de grupo carioca e brasileiro, localizada na Lapa, bairro conhecido por seu caráter democrático e pela
sua diversidade. Na ocasião obteve excelente retorno de público e importantes publicações da crítica
local oficial. No segundo semestre deste mesmo ano, o espetáculo cumpriu uma nova e curta temporada, com duas semanas
de duração e de caráter popular na Zona Norte do Rio, no Teatro Armando Gonzaga, obtida através
do edital de ocupação de espaços da Funarj. Em consonância com os movimentos de Ocupações
ao longo de 2016 se apresentou no Ocupa MINC no Palácio Capanema e na Escola Técnica Estadual de Teatro Martins
Penna.
Em 2018, o espetáculo integra a Ocupação Matéi Visniec, que estreou no mês de
abril em Curitiba, na Casa Hoffmann, e no Rio, realizou temporadas nos teatros Espaço Cultural Sérgio Porto,
Teatro Ziembinski e Teatro Gonzaguinha.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
💰 Ingresso solidário (1kg de alimento ou
pacote de fralda geriátrica)
📌 Centro Cultural Sesi/AML | Rua Maestro
Egídio Camargo do Amaral, 130 - Centro
👉 Espaço sujeito a lotação