O ritmo de uma corrida de rua pode caracterizar-se por algumas formas:
O que ocorre em cada caso?
Constante
Este ritmo é utilizado por corredores mais treinados ou iniciantes. É caracterizado
por um ritmo constante e que tende a se manter, apesar da distância, do perfil altimétrico ou de estímulos
externos. Esta é uma característica dominada naturalmente pelas pessoas geneticamente definidas para a ultramaratona.
Pode acomodar também os corredores indiferentes a questão ritmo ou velocidade. Em casos de corredores iniciantes,
podem realizar os 10 km em 6 minutos por quilômetro. Já para os corredores de alto rendimento, chegam a percorrer
os mesmos 10 km em ritmo constante de 2min42s a 3min por quilômetro, realizando tempos entre 26min54s e 30 minutos.
Velocidade
decrescente
É atribuída a maior parte dos corredores e geralmente é o resultado de um ritmo
muito acima do que o atleta suporta. Ao largar em uma velocidade alta, por exemplo, o corredor pode não suportar o
ritmo proposto e diminui a velocidade, aumentando, consequentemente, o tempo por quilômetro percorrido. Este tipo
de pace decrescente também pode surgir pela falta de energia, resultado de um ritmo muito intenso para o
condicionamento físico atual ou até mesmo má alimentação. Neste caso, muitas vezes os
corredores possuem condicionamento físico para o ritmo pretendido, mas há queda de rendimento físico
por conta da falta de energia para a contração muscular, por exemplo.
Irregulares
O
corredor de alto rendimento pode utilizar este estilo com a finalidade de desestabilizar o ritmo de seus concorrentes. Normalmente
vemos esta estratégia por parte doas atletas africanos, que mantêm um pelotão coeso, com variações
de velocidades do tipo "forte-fraco" para causar um estresse prematuro nos demais concorrentes. Pessoas destreinadas para
o ritmo proposto podem "passear" pelas velocidades, variando o ritmo por não suportarem a velocidade intencionada.
Isso faz com que varie de velocidade intensa para uma menos rápida, tornando a corrida irregular.
Crescente
Um
tipo de ritmo difícil, já que as pessoas, de uma forma geral, tentam se esforçar e encarar seus próprios
medos para terminarem a prova em um bom tempo. Talvez esta forma de corrida seja espelhada e copiada das provas entre profissionais,
em que os corredores mais rápidos praticam ritmos mais rápidos na segunda metade da prova. Porém, alguns
amadores, na impossibilidade manter o ritmo mais veloz, têm uma queda de rendimento evidente. O ritmo crescente não
é muito bem encarado pelos corredores, principalmente pela falta de confiança em suas capacidades e no medo
de não atingir os resultados esperados.
*Miguel Sarkis é Personal Trainer há 33 anos com Certificação Técnica de Atletismo
pela IAAF e diretor técnico da assessoria esportiva Miguel Sarkis; Formação para Técnico
em Atletismo; Especialização em Obesidade, Cardiopatas e Idosos; Desenvolve programa de qualidade de vida para
pessoas de baixa renda na USP Leste (projeto Periferia Legal), e é autor do Livro: A Construção do
Corredor - Editora Gente.
Fonte: Portal O2 Por Minuto