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Sesi responde: dúvidas sobre a nova NR-01 (parte 3)

Doenças preexistentes, investimentos e gestão estão entre as perguntas

13/08/2025

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Com a atualização da NR-01, as indústrias começaram a olhar com mais atenção para fatores até então considerados subjetivos: as relações humanas, o ritmo, o conteúdo e a organização do trabalho. Neste post da série Sesi Responde, reunimos sete dúvidas enviadas durante o Evento Segurança e Saúde em Foco. Confira!

 

1. Como trabalhar a gestão de doenças mentais preexistentes?

A Gestão de Atestados (com recorte para CID-F e principais sintomas já relacionados com saúde mental), assim como Programas de Saúde Mental com foco em promoção da saúde que tenham atendimentos psicológicos como ação, podem ser diferentes formas de realizar essa gestão do adoecimento mental.

 

2. Técnicos de segurança estão preparados para lidar com riscos psicossociais?

Os profissionais que mais possuem familiaridade em experiência para realização da gestão de riscos ocupacionais, são os Técnicos de Segurança e Engenheiros de Segurança do Trabalho. Conforme as novas necessidades, os profissionais deverão ser capacitados e preparados para esta nova realidade. Com a recente publicação da Portaria MTE Nº765, que prorroga o prazo de vigência para 26 de maio de 2026, há o período de um ano para investir na capacitação e desenvolvimento técnico destes profissionais. Além disso, é importante que sempre que necessário, estes profissionais tenham o apoio de especialistas, para se chegar em um trabalho com equipe multidisciplinar. É importante ressaltar que a NR-1 não determina a contratação de um profissional específico para realizar a identificação e avaliação dos riscos psicossociais relacionados ao trabalho, pontuando apenas a necessidade de capacitação em conhecimento técnico e com a complexidade apresentada na realidade destes riscos.

 

3. É possível o inventário de riscos ocupacionais, a AEP e AET e demais sejam realizadas por outra instituição, diferente da que faz/fez o PGR/PCMSO?

Sim, é possível que o inventário, AEP (Avaliação Ergonômica Preliminar), AET (Análise Ergonômica do Trabalho) e demais documentos relacionados à nova redação da NR-01 sejam realizados por uma instituição diferente daquela que elaborou o PGR e o PCMSO. A legislação não exige que todos esses documentos sejam produzidos pela mesma entidade, desde que as instituições envolvidas sejam competentes e qualificadas para realizar esses documentos. É importante garantir que todas as avaliações e documentos estejam em conformidade com as exigências legais e que haja uma integração adequada entre os diferentes documentos para assegurar a eficácia das medidas de segurança e saúde no trabalho.

 

4. Poderiam dar exemplos de riscos psicossociais relacionados ao trabalho para incluir no inventário?

Claro! Com base no guia do Ministério do Trabalho, os exemplos mais comuns incluem:

  • Excesso ou falta de controle sobre o trabalho;
  • Alta exigência de produtividade ou ritmo intenso;
  • Falta de apoio de lideranças;
  • Relações interpessoais conflituosas;
  • Pressão constante por resultados;
  • Insegurança quanto à estabilidade no emprego;
  • Tarefas repetitivas ou com pouco sentido.

A presença desses fatores não significa automaticamente que há risco. O que define isso é a avaliação da probabilidade, severidade e as medidas preventivas adotadas pela organização.

 

5. Com os FRPRT incluídos no PGR, isso muda a forma de auditar as empresas?

Sim, essa mudança amplia o escopo da fiscalização e exige que as empresas tenham evidências técnicas da avaliação dos riscos psicossociais. Não basta apenas dizer que cuida da saúde mental — é preciso documentar, justificar metodologicamente e manter registros atualizados das ações preventivas. Isso pode incluir análises ergonômicas, entrevistas com trabalhadores, evidências de capacitações e atendimentos realizados, relatórios de acompanhamento e planos de ação específicos. O olhar agora é mais criterioso — mas também mais humano.

 

6. Existe alguma pesquisa que avalie o retorno sobre o investimento em saúde mental?

Sim. Um dos indicadores mais relevantes é o FAP (Fator Acidentário Previdenciário), que afeta diretamente os custos da empresa com encargos previdenciários. Quando a empresa investe em prevenção — especialmente em saúde mental — os indicadores de afastamento e rotatividade tendem a cair, melhorando o FAP e, consequentemente, gerando economia. Além disso, estudos apontam que ações de bem-estar aumentam o engajamento, a produtividade e o clima organizacional, com efeitos positivos na competitividade e na sustentabilidade dos negócios.

 

Cuidar é estratégico

O novo cenário normativo pede que as empresas se posicionem de forma proativa e consciente diante dos fatores psicossociais. Não se trata apenas de cumprir a norma, mas de construir ambientes de trabalho mais saudáveis e produtivos.

 

O Sesi está preparado para apoiar as indústrias nessa transição. Procure já a unidade mais próxima!

 

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