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Sesi e Caemmun desenvolvem programas visando à longevidade no contexto industrial

Projetos estão sendo implementados com apoio do Edital de Inovação para a Indústria e Edital Sesi Tech

22/07/2021 - Atualizado em 02/12/2019

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Em 2040, o Brasil deverá entrar na fase culminante do seu índice de envelhecimento. A partir desse ano a população com idade acima de 65 anos será superior à população entre 0 e 14 anos. Do ponto de vista da saúde, especialistas preveem que os gastos aumentarão, pois haverá mais internações, assim como um maior consumo de serviços de saúde e maior custo de tratamento de doenças crônico-degenerativas, que acometem, sobretudo, os idosos.

O envelhecimento da população brasileira acarretará na redução da oferta de força de trabalho, o que poderá levar a desequilíbrios no mercado. Com isso, a manutenção dos indivíduos economicamente ativos na atividade laboral tem repercussões econômicas e sociais importantes para o desenvolvimento do país. De acordo com Rosangela Fricke, gerente executiva de Segurança e Saúde para a Indústria do Sistema Fiep, empresas têm o desafio de encontrar meios para prolongar a participação ativa dos trabalhadores. “Esse novo cenário da força de trabalho faz com que as questões relativas ao envelhecimento funcional se tornem prioridade no campo de segurança e saúde nas indústrias” afirma.

O envelhecimento da força de trabalho também implica uma mudança nos recursos humanos e nas estratégias de gestão em relação à idade no local de trabalho. Para Ana Claudia de Lima, gerente de RH e Inovação na Caemmun Movelaria, “a preocupação com a evidente mudança demográfica, que vem apresentando um aumento exponencial da população economicamente ativa com mais de 45 anos, faz com que a empresa se preocupe ainda mais com a longevidade no contexto industrial”.

Edital de Inovação para Indústria e Edital Sesi Tech

Edital de InovaçãoA Caemmun é uma empresa brasileira, sediada em Arapongas (PR), um dos maiores polos moveleiros do país. Integra o Grupo Munhoz Caetano, que é uma holding composta principalmente por indústrias do segmento moveleiro. Para ampliar ações de promoção da saúde e prevenir a deterioração da capacidade de trabalho, a empresa contou com o apoio do Sesi no Paraná e do Centro de Inovação Sesi em Longevidade e Produtividade. Por meio do Edital de Inovação para a Indústria, a Caemmun buscou soluções visando a longevidade produtiva na empresa.

Considerando que as condições de trabalho são um dos fatores determinantes na manutenção da capacidade produtiva, a empresa teve o suporte do Sesi para realizar intervenções ergonômicas e programas de exercícios no ambiente laboral. Ana Claudia afirma que “o Edital de Inovação e o apoio da equipe do Sesi foram essenciais no desenvolvimento do projeto, tanto do ponto de vista de subsidio financeiro, como na parte técnica”. 

Os exercícios e a avaliação das condições ergonômicas são indicados como uma abordagem de intervenção para a prevenção e gestão da incapacidade no local de trabalho. “Essas medidas ajudam a reduzir a fadiga dos colaboradores e promovem ganhos na eficiência das atividades laborais e nas tarefas do dia a dia” explica Rosangela.

A Análise Ergonômica do Trabalho é um método que consiste em várias etapas, como identificar a demanda, formular e validar hipóteses, obter um diagnóstico e sugerir melhorias nas condições de trabalho. Foram convidados 20 colaboradores para participarem dessa análise que envolveu um programa de exercícios. A metodologia aplicada permitiu quantificar a fadiga individual e o desconforto corporal dos participantes. Como resultado dos testes, os colaboradores que realizaram as pausas de recuperação psicofisiológica e o programa de exercícios apresentaram menor fadiga quando comparados com os grupos que não participaram das atividades, durante e após o horário de trabalho.

Um outro programa de exercícios foi aplicado para a Avaliação Físico-Funcional, que contemplou teste de equilíbrio postural, teste de caminhada, teste de força da musculatura lombar, avaliação dos níveis subjetivos de fadiga. A aplicação do protocolo de exercícios físicos foi realizada por um profissional de educação física com experiência na área e teve a participação de 10 colaboradores, sendo 5 homens e 5 mulheres. Os exercícios foram aplicados 2 vezes por semana, em dias alternados, com uma duração aproximada de 50 minutos. Ao final das 16 sessões, os participantes apresentaram respostas satisfatórias em todas as variáveis analisadas.

Os resultados do estudo sugerem um impacto positivo, com melhora no desempenho das variáveis físico-funcionais de colaboradores após 8 semanas de intervenção. Esses resultados podem contribuir para o desenvolvimento de novas estratégias para os profissionais da saúde que atuam no bem-estar de trabalhadores do setor moveleiro. “A prática de exercícios físicos é uma ferramenta importante para manutenção e melhora da qualidade de vida dos colaboradores, influenciando a redução na taxa de absenteísmo e na preservação da mão de obra economicamente ativa. Esse tipo de intervenção representa benefícios físicos-funcionais para o participante e financeiros para empresa” observa a gerente do Sistema Fiep.

“O principal resultado para a empresa foi poder desenvolver ações que promovam a qualidade de vida e longevidade no trabalho. Para os colaboradores, foram evidenciados resultados positivos no bem-estar, nos indicadores físicos e na capacidade para o trabalho” avalia Ana Claudia.

Os fatores fisiológicos e motivacionais associados à adesão de um programa de promoção da saúde são condições importantes para a realização de exercícios no ambiente de trabalho. De fato, a prática de exercícios físicos pode auxiliar na associação positiva entre atividade física, saúde e manutenção da capacidade funcional. Segundo a gerente da Caemmun, todos se envolveram e se engajaram ao projeto de uma forma muito interessante. “Dava para notar a satisfação da empresa, dos colaboradores e do Sesi na execução das atividades” conta.

Para dar sequência aos programas de manutenção da capacidade para o trabalho na empresa, a Caemmun conta agora com investimentos do Edital Sesi Tech e suporte do Sesi no Paraná. A proposta é desenvolver um aplicativo que irá auxiliar os trabalhadores na gestão da longevidade. “No projeto anterior tivemos o primeiro contato com o tema longevidade e percebemos a necessidade de termos algum dispositivo para ajudar os colaboradores a darem continuidade nas ações” explica Ana Claudia.

“É fundamental que empresas tomem decisões hoje, a fim de se adaptar à tendência de envelhecimento da população. E o Sesi tem a competência técnica, os conhecimentos e recursos necessários para ajudar as indústrias nesse processo de transformação” conclui Rosangela Fricke.  

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