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Jovens artistas que se reúnem desde 2009 para estudar e escrever peças de teatro, sob coordenação do Sesi, mostram a partir de hoje um pouco de sua inspiração. Com a entrada de Rogério Toscano para orientar a turma iniciante do Núcleo de Dramaturgia, no início do ano, o diretor Roberto Alvim iniciou também um turma de encenação com atores e diretores.
A junção desses dois grupos resultou nos seis espetáculos que serão apresentados durante duas semanas no José Maria Santos, mais duas leituras dramáticas programadas para o centro cultural do Sistema Fiep (veja a programação ao lado).
“Todos problematizam a nossa experiência de tempo, espaço e sujeito, mas não necessariamente criam novas metodologias”, explica Alvim, que conversou com a reportagem sobre sua visão peculiar de que o teatro precisa propor outros olhares sobre a essência e o futuro do ser humano.
Sob essa influência, novos escritores como Don Correa criaram textos que se assemelham a poemas concretos – com a diferença de que são pensados para o palco e requerem um trabalho de encenação diferente do tradicional.
Don apresenta amanhã seu texto Parido, para o qual ele próprio realizou a montagem.
“Percebi que em tudo o que escrevia estava repetindo padrões, e isso me levou a me inscrever no núcleo, que me fez buscar por singularidade”, contou ele à Gazeta do Povo. Dessa vez, ele conta ter sentado e escrito em duas horas sem parar. “Levei ao núcleo e todos tiveram uma experiência singular com aquilo. O Alvim instruiu a não mexer nem em uma vírgula: o que o coração escreve a mente não apaga.”
Para atuar na montagem, ele convidou o ator nova-iorquino Brian Townes, que mora há dois anos no Brasil e cursa o núcleo, Bruno Mancuso, Daniele Agapito e Sávio Malheiros.
Alvim gostou tanto do texto que o usou como exercício para a turma de encenação. “Eu mesmo quase montei em São Paulo. É uma espécie de épico sobre todos os homens que caminharam sobre a terra”, conta o diretor.
Multidão
Outro texto que Alvim destaca é Melhor Ir Mais Cedo Pular da Janela. “Nele, a pergunta central é quantas identidades cabem dentro de cada um de nós. Apesar de haver apenas um ator em cena, diversas vozes habitam o autor em diálogo permanente.”
A gerente de Cultura do Sesi/PR, Anna Zétola, se mostra satisfeita com os resultados do núcleo, que realizou outras duas mostras, durante os Festivais de Teatro de 2010 e 2011. “Não estamos investindo em um único produto, como uma peça ou livro, e sim no processo criativo, para que criadores possam ir além com suas próprias pernas. O mais difícil é alguém investir nesse momento inicial”, disse à reportagem.
Todas as peças terão reapresentações na semana que vem.
Fonte: Gazeta do Povo
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