O bem-estar no ambiente de trabalho vai muito além de cadeiras confortáveis e pausas regulares. A ergonomia, em sua definição mais completa, considera aspectos biomecânicos, equipamentos e ferramentas, ambientais, cognitivos e psicossociais das atividades laborais. E, com a recente atualização da Norma Regulamentadora nº 01 (NR-01), os Fatores de Riscos Psicossociais Relacionados ao Trabalho (FRPRT) passam a integrar formalmente o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), evidenciando a relação direta entre saúde mental, segurança e produtividade.

Possivelmente a partir de 26 de maio de 2025, todas as empresas deverão considerar, além dos riscos físicos, químicos, biológicos, de acidentes e ergonômicos, metodologia para a identificação dos Fatores de Riscos Psicossociais Relacionados ao Trabalho no processo de gerenciamento de riscos. Isso significa que fatores como organização do trabalho, carga cognitiva e apoio social, passarão a ser monitorados e tratados como potenciais geradores de adoecimento.

A NR-17 já tratava da adaptação do ambiente às características psicofisiológicas dos trabalhadores. Agora, com a NR-01 reforçando a integração do PGR com a Ergonomia, o foco se amplia para incluir elementos organizacionais e relacionais, tais como:

• Excesso de demandas e prazos curtos

• Falta de autonomia e controle sobre as tarefas

• Baixo reconhecimento profissional

• Liderança disfuncional ou autoritária

• Conflitos interpessoais constantes

Esses elementos são possíveis fatores que podem influenciar diretamente o nível de estresse e a incidência de transtornos mentais comuns, como ansiedade e depressão.

O mapeamento dos fatores de riscos psicossociais relacionados ao trabalho, permite compreender como os colaboradores percebem e reagem ao ambiente de trabalho, evidenciando áreas críticas e orientando intervenções eficazes. A ideia é sair do campo da percepção subjetiva e transformar os dados em ações objetivas de prevenção e promoção da saúde.

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